terça-feira, 25 de junho de 2013

O sol, o tempo e Celine e Jesse "Antes da meia-noite"

Quase 20 anos se passaram desde aquele encontro no trem em Viena. Vinte anos! O primeiro filme saiu praticamente quando eu estava nascendo, quando eu tinha idade pra querer um amor de filme desses eles já estavam se reencontrando dez anos depois num segundo filme da franquia, agora, mais uma década e o desfecho do que começou "Antes do Amanhecer" chega no cinema pra completar a trilogia e claro, eu to com a boca pinicando pra tagarelar sobre esses filmes que encabeçam minha lista de favoritos.

(contém spoilers, se não assistiu os filmes ainda, não leia pra não me odiar. Lê depois que assistir.)

O início:

Eu comprei por acaso o dvd de "Antes do Amanhecer" nas Lojas Americanas porque eu tenho o hábito de comprar dvds sem ter visto o filme. Às vezes eu dou sorte. É difícil eu gostar de um filme que o foco narrativo seja o romance mas esse é minha exceção. O tamanho do encantamento que provoca em cada detalhe, das paisagens às ideias, da paixão inesperada, das questões sobre a vida, do simplesmente parar pra conversar, não tem espaço pra defeito. É tudo lindo de um jeito que te obriga a gostar do filme, te envolve na história, te faz pensar junto com eles, te faz sofrer porque o tempo é uma torneira aberta e a hora de dizer adeus sempre chega, é rápido e profundo, é íntimo mesmo sendo com um quase estranho, é uma história sobre amor contada de forma romântica, mas que não cansa e nem é óbvia.

O mais mágico é que tudo é objetivo e metafórico ao mesmo tempo. Enquanto eles andam e conversam e dizem tudo o que pensam sem censura, a atmosfera do filme é metafórica. A alusão ao "nascer do sol" tem por dentro uma ideia de um amor novo, fresco, jovem, lindo. O filme alcança isso. Essa pureza de ideias, essa falta de desgaste, esse ser-por-ser e estar-por-estar. É só o encontro, ninguém tem marca de tempo ainda.

O meio:

Teve um hiato enorme entre o primeiro e o segundo filme. Onde o "Antes do Amanhecer" deixa uma dúvida deliciosa (se eles realmente vão se encontrar na data marcada) o "Antes do Por -do-sol" responde de imediato. Não, eles não se encontraram. E aí é o primeiro ponto sincero do filme: a vida é assim mesmo, algumas coisas dão errado, mas o amor tem uma insistência teimosa de não ir embora. O reencontro acontece porque o Jesse escreveu um livro sobre o encontro com a Celine e ela vai no lançamento do livro em Paris, onde ela mora. A partir daí o filme repete a fórmula (bem sucedida) do primeiro: duas pessoas conversando, passando por lugares lindos de Paris. Eles não se reencontram pra reviver a paixão daquele dia, eles simplesmente se reencontram. O Jesse está casado e tem um filho. A Celine não.

"Antes do por do sol" já tem dois pés mais firmes na razão, em decisões, tem medo da solidão, do tempo, do futuro. Não é um encontro de duas pessoas despreocupadas, é uma dose cavalar de toda a expectativa que a separação cria, porque a distância fantasia o amor, idealiza, aperfeiçoa. O tempo já é um peso na balança aqui. As questões já não são mais sobre o amor-por-si-só, mas do amor entre eles, o amor que é deles, a hora da tentativa e da decisão. Ainda novo, ainda é fresco, ainda é sob a luz, ainda é lindo e cheio de expectativa. Ah, a expectativa! Adoro a teoria. Teorizar o amor. Esse filme é pura teoria e deixa a última pergunta. Vão ou não ficar juntos?

O final:

E a gente chega em "Antes da Meia Noite". Sim, eles ficaram juntos. Sim, deu certo! A essência daquela intimidade, do você-é-minha-companhia-preferida fica evidente logo que o filme começa. O tempo passou e passou muito, ele tem um filho crescido com a primeira esposa, eles têm gêmeas lindas (mini Celines loirinhas ora falando inglês, ora francês) e o filme mantém a fórmula dos anteriores: pessoas conversando. O que era teoria e questionamento sobre o amor, a vida, a arte, a alma, agora é lugar pra filhos, supermercado, amigos e a própria relação entre eles. O amor, aqui cansado, marcado pelo tempo, não é exatamente tedioso, mas tem uma burocracia que antes não tinha. Viver a história não é tão poético quanto imaginar a história, quanto a expectativa da história, de simples encontros com um espaço enorme de tempo entre eles. Aqui é dia-a-dia, aqui para sempre. "Antes da Meia Noite" só não é doído (com acento no í) porque é real. Alguém me explica o que é "final feliz" no fim das contas? Felicidade pura também entedia. Eles encontraram a medida, o balanço certo de estar junto e não ser um casal comum, de estar junto e honrar o início incrível que tiveram e o início é muito mais relevante do que o desfecho, isso em qualquer coisa. O filme deixou isso claro, mantendo o jeitinho dos personagens mesmo tanto tempo depois.

Sendo assim,

pessoalmente, eu não "cresci" com esse romance. Ainda estou na fase "Antes do Amanhecer", talvez um quase "Antes do Por do Sol" mas bem, bem distante do "Antes da Meia Noite". Ainda prefiro a minha visão romântica dos encontros e despedidas e não do propriamente estar junto. "Antes da Meia Noite" é sobre estar junto. Com eles, o tempo passou e carregou o romance, mas não a felicidade, não a realização, não a paz e tranquilidade dos que "chegaram lá". Eu ainda sou expectativa, eu ainda sou reflexão e teoria. Eles já são a própria consequência.

Pra quem acompanhou a história desde o primeiro filme, esse é indispensável como cereja do bolo. Pra quem não acompanhou, se assistir o primeiro vai querer assistir  o segundo e por consequência vai pirar pra assistir esse.

É um filme que eu recomendo muitíssimo. Aliás, recomento todos os três.


sábado, 15 de junho de 2013

Filmes pra ver no sofá e filmes pra ver no cinema

Hoje é sábado, dia de sair pra ver o sol (ou a chuva, nem abri a janela ainda pra ver como está o tempo lá fora) ou ficar enfiado na cama amassando as cobertas. Bom, de uma forma ou de outra, é dia de colocar em dia as pendencias cinematográficas, então, umas ideias muito boas sobre o que está em cartaz e o que já saiu faz tempo, mas a internet tá aí pra isso né?

No cinema:


"Terapia de Risco"
 Dir.: Steven Soderbergh
 Suspense
 Categoria: filme pra pensar e se surpreender
O que eu achei do filme: Se estiver procurando alguma coisa levinha e divertida pra distrair no fim de semana, corra desse filme! Um thriller psicológico cheio de reviravolta e surpresas confusas, que pede uma boa dose de concentração pra digerir toda a ideia. A trama é genial, envolvente, quase sufocante. Sensacional pra quem quer um total processo de imersão e assistindo no cinema, isso acontece perfeitamente.
Sinopse aqui







"Velozes e Furiosos 6"
 Dir.: Justin Lin 
 Ação
 Categoria: filme pra distrair e desacreditar nas leis da física
 O que eu achei do filme: Um dos mais longos da franquia, se tivesse três horas eu assistiria sem reclamar ou perceber que passou tanto tempo assim. A mesma fórmula de sempre, um crime bem planejado (embora, agora eles estejam do lado dos mocinhos), carros voando e explodindo, tecnologia, porrada de fortões, porrada de mulher (sério, tem cenas ENORMES de brigas, que você se cansa só de assistir) e muita, muita mentira, exatamente como deve ser esse tipo de filme. Quem se decepcionou com o anterior, pode assistir esse sem medo, a história, as perseguições, tudo é muito melhor. E pra quem já é apaixonado pelos anteriores, esse não perde em nada. É divertidíssimo e vale cada centavo do ingresso.
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"Minha Irmã"
 Dir.: Ursulla Meier
 Drama
 Categoria: Circuito alternativo 
 O que eu achei do filme: Franceses e sua mania de adultizar crianças. A história é bem lenta, se revela como se fosse uma fotografia, aos poucos, definindo o verdadeiro conflito. Como todo filme com uma criança-adulta, um adulto infantil também aparece, e isso deixa os dois muito cativantes, não sei quem dá mais vontade de cuidar, o menino ou a irmã. É muito profundo e muito denso, cheio de silêncios, coisas erradas e sentimentos pesados. Pra quem gosta de intensidade, esse é o filme, mas precisa estar totalmente na vibe de assistir um filme lento e parado. A paciência vale à pena, é um drama incrível.
(Exibição amanhã, 16/06 no Cine Sesc - SP.
Sinopse aqui


Em casa:

"Até a Eternidade"
 Dir.: Guillaume Canet
 Drama/Romance
 Categoria: Filme pra se encantar e rir enquanto chora
 O que eu achei do filme: A mais delicada forma de amor é a amizade de anos. São varias histórias contadas juntas, conflitos de casais, amores desencontrados, sentimentos profundos e doces, com todo o charme francês e paisagens incríveis. É pra se enrolar na coberta, pegar a pipoca e viver com todos eles as complicações e complexidades da vida, que podem muito bem ser nossos próprios dramas. Mas olha, um encanto. E um elenco sensacional! Dá vontade de assistir pra sempre.
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"Um Sonho de Liberdade"
 Dir.: Frank Darabont
 Drama/Comédia
 Categoria: Filme pra distrair e refletir um pouquinho
 O que eu achei do filme: O melhor lugar pra fazer amizade com certeza é a cadeia. O mistério da culpa ou inocência do protagonista te arrasta até o final, enquanto ele conquista privilégios (positivos) e espaço na cadeia. A trama é inteligentíssima e complexa, não podendo ser menos, porque é baseado no livro do Stephen King. O filme não tem a menor pressa, porque ele segura a atenção mesmo sem grandes eventos, dá vontade de ficar assistindo e ir encaixando as pecinhas do tempo. E como não pode faltar em histórias do King, coisas incríveis e inesperadas se revelam perto do fim. É um filme excelente.
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"Gigantes de Aço"
 Dir.: Shawn Levy
 Ação/Comédia/Família
 Categoria: Filme pra achar lindo com efeitos visuais bacanas e robôs brigando
 O que eu achei do filme: Confesso que eu não dava nada por ele quando comecei a assistir, mas a ação te prende e o garotinho é uma gra
cinha, muito inteligente e esperto. O drama do pai ausente não é explorado de forma pesada, mas esse conflito deixa o filme bem menos superficial do que poderia ser se mostrasse só lutas de robôs. Envolve bastante, te faz ficar torcendo pelo mais fraco, o que é uma sensação gostosa. Cheio de clichês e obviedades que não comprometem a narrativa, pelo contrário, deixa tudo mais divertido e encantador. Adoro esse filme e quem me indicou foi meu primo de 10 anos.
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Boa sessão!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Três filmes independentes muito legais e três não tão legais assim

O equilíbrio do universo é garantido por duas forças opostas: a dos filmes muito bons e a dos filmes muito ruins. Claro, isso varia com o gosto por determinados gêneros, ritmos narrativos, humor que você tá no dia, enfim, uma infinidade de fatores, só que, seguindo algumas obviedades, alguns filmes são realmente muito ruins e outros realmente muito bons. Aproveitando a deixa de ter falado em filmes independentes, vou deixar a listinha com ideias bem legais para assistir quando estiver de bobeira. E uma lista pra passar longe, se você tiver juízo.

Três filmes independentes muito legais:






"Like Crazy"
 Dir.: Drake Doremus
 Drama/Romance - 2011


 Esse é, de longe, meu filme preferido. Acho que cinema, além de só contar uma história, ele tem que te fazer viver a história, sentir o personagem. O filme precisa ser uma experiência sensorial e é exatamente isso que "Like Crazy" é. É a história de um amor muito intenso que é de repente interrompido e que te enfia no meio da dor dos personagens. Sobre distância, saudade e tempo. Lindo e triste como deve ser. Ganhou em 2011 o prêmio de Melhor Filme no Sundance Film Festival. 





"Another Earth"
 Dir.: Mike Cahill
 Drama/Ficção Científica

Duas histórias narradas em paralelo que em algum momento se cruzam. Eu fico pensando que a vida é exatamente assim. Várias histórias narradas em paralelo, cada um se ocupando da sua vida, e de repente estranhos se esbarram. E o pano de fundo pra essa história, é um outro planeta Terra que entra na órbita da Terra que a gente vive. O filme é muito intenso, com umas reflexões muito profundas sobre como a gente se vê e como nós somos causa e consequência, o próprio caos. Fora que tem um visual incrível! 






"Apenas o Fim"
 Dir.: Matheus Souza
 Romance

Eu sempre vou insistir na frase "'filme brasileiro' NÃO é gênero". Esse é um romance totalmente contramão. Começa no final do relacionamento. Começa no final de verdade, que não é exatamente feliz. Não tem grande recursos, é pra quem gosta de diálogos interessantes e corriqueiros. Um dia qualquer e aleatório, ela vira pra ele e diz que vai embora. Pra onde? Não diz. Só vai. O filme mostra a última hora do relacionamento, o amor, as coisas que ficam quando alguém vai e tudo que eles sentiram um dia. É o máximo, super lindo e delicado e apaixonante. 




E três filmes indies não tão legais:



"O Futuro"
 Dir.: Miranda July
 Drama? 
 Ok, eu adoro um casal excêntrico, mas aqui ela pesou na mão do tédio. Em cenas enormes e que não dizem nada, a história é completamente desprovida de sentido e narrada por um gato (sim, um gato) com uma voz aterrorizante de criança endemoniada em filme de exorcismo. Não tem um pingo de carisma, não entusiasma em nada. Pra não dizer que é total perda de tempo, o filme tem UMA cena legal. Aliás, esses filmes indies ruins tem isso em comum: uma narrativa tediosíssima com UMA grande cena que não chega a salvar tudo, mas chega perto disso. Se bater curiosidade, assista. Mas eu não faria isso. 




"A Família Barlett" 
 Dir.: Derick Martini
 Comédia?

Uma família esquisita, um adolescente hipocondríaco e um surto de uma doença que ninguém sabe de onde vem e que pega pelo ar. É a massa pro bolo de tédio que "Lymelife" é. Algumas discussões relevantes, mas nada interessantes. Nunca vi um filme tão chato, pra dizer a verdade. E sabe aquela cena épica que costuma ter em filmes muito ruins? Pois é, nem isso tem aqui. Um filme insosso, com personagens irritantes e uma história entediante. Mas Emma Roberts é fofa. Mas Emma Roberts não vale uma hora e meia da minha vida. 






"Ruby Sparks - A Namorada Perfeita"
 Dir.: Jonathan Daton e Valerie Faris
 Comédia/Romance

 O problema com esse filme é que ele tinha tudo pra ser legal. A ideia é boa, de verdade. Um escritor que cria uma garota perfeita e de repente ela aparece na casa dele. Eles ficam juntos e ela é completamente apaixonada por ele. Mas a graça para por aí. Os personagens são completamente psicóticos e insossos, não cativam, não envolvem na história. Esse é o menos pior dos filmes ruins, mas é cansativo demais, mesmo com uma hora e quarenta de duração, ele arrasta e se repete. Tem a clássica cena incrivelmente sensacional dos filmes muito ruis, que a Valerie Faris, protagonista, merece todo o louvor por ser uma atriz sensacional. Essa cena talvez valha o filme. Desse filme, talvez, você não deva passar tão longe assim. Mas assim, última opção, tem melhores. 


É isso. Não quis dar spoiler, se ficarem curiosos quanto as cenas épicas dos filmes muito ruins, eu conto. Apesar de parecer que seguem um "padrão" ou uma "fórmula pronta", esses filmes têm cada um sua identidade e são interessantes e gostosos de assistir, cada um a sua maneira. Aproveitem as dicas e me digam se gostarem de algum.

Té!

domingo, 9 de junho de 2013

Para domingos de preguiça e dias dos namorados mal localizados


O domingo sempre se recusa a passar normalmente. A gente fala do domingo usando artigo definido, como se fosse uma pessoa de verdade com vontade própria, uma presença material no meio do fim de semana que não entende o significado de ter 24 horas, tem vezes que voa, tem vezes que arrasta, mas direitinho ele nunca passa.

Domingo deixa tudo preguiçoso, a cama desarrumada, a cara desarrumada, uma lista de coisas que a semana pede pra já começar a colocar em prática na segunda-feira. Mas eu não sou obrigada. Domingo é da de sofá, pipoca e filme.

Já que essa semana tem o fatídico/adorado dia dos namorados, bem na quarta-feira, o dia mais inexpressivo do universo, vou montar uma listinha de sete filmes para uma semana de sete dias, ou pra comer todo o chocolate do mundo acompanhado (ou não) no dia doze.

E como amor não é só flores e mimimi, o dia dos namorados não é feito só de romances melequentos, finais felizes e obviedades. Aproveitem o clima de "o amor está no ar" (ou não) e divirtam-se!

Pleasantville - Amor em Preto e Branco

"Pleasantville - A Vida em Preto e Branco"
 Dir.: Gary Ross
 Romance/Comédia - 1998
 Com: Tobey Maguire e Resse Witherspoon 

Imagina você ser um cara normal e bacana, assistindo sua série de TV dos anos 1950, quando sua irmã popularmente mala entra na sala e começa a brigar pelo controle remoto. A TV pifa e um cara aleatório aparece na porta da sua casa e te transporta pro mundo em preto e branco, politicamente correto e cheio de pudores da série Pleasantville. Pois isso acontece! E toda rebelde, quando entra nesse mundo lotado de controle e inocência, muita coisa vai mudar, inclusive as cores. Porque rimar amor com dor é muito óbvio, vamos rimar com cor agora!

O Lado Bom da Vida
"O Lado Bom da Vida"
 Dir.: David O. Russel
 Romance/Drama/Comédia - 2012
Com: Bradley Cooper e Jennifer Lawrence

Eu entendo um cara ficar louco por ser traído e abandonado. Eu entendo uma mulher ficar louca se tiver vinte e poucos anos e já ser uma viúva. Eu entendo se, por acaso, der certo que dois loucos assim se encontrem. Nesse romance perturbado e engraçado, cheio de rompantes e berros que rendeu o Oscar de Melhor Atriz à Jennifer Lawrence, o amor se configura de uma forma muito estranha, muito doce e muito engraçada. Porque de perto ninguém é normal, né?

Celeste and Jesse Forever

"Celeste e Jesse Pra Sempre"
 Dir.: Lee Toland Krieger 
 Romace/Comédia - 20132

 Tem como terminar um casamento e continuar sendo melhor amigo(a) do seu ex? Claro que dá! Celeste e Jesse se conheceram no ensino médio, casaram jovens, mas a vida dentro de casa não é tão fácil como parece. Uma Celeste super bem sucedida, dona de empresa e cheia de sucesso em contraste com um eterno adolescente Jesse, encostado e preguiçoso, sem pressa nenhuma de ser milionário. A solução? Termina o casamento. Mas desde quando o amor é simples assim? Entre encontros e desencontros de vontade, de tempo, de pessoas de fora entrando na vida de cada um, uma paixão que agoniza mas não morre e uma afinidade impossível de deixar imaginar um sem o outro, Celeste e Jesse são pra sempre. Seja lá como.

Un Heureux Événement
"Um Evento Feliz"
 Dir.: Rémi Bezançon
 Drama/Romance - 2011

 Então eles se apaixonam, saem juntos, veem filmes juntos, vão juntos a restaurantes, ao cinema, moram juntos, e um dia, entre um beijo de amor e outro eles decidem "vamos ter um filho?". Nove meses depois aquela coisinha linda e miúda muda tudo. Muda o sono, muda o corpo, muda o humor, muda a vida inteira. Nesse romance lindo, delicado, sobre o amor dentro do amor e o tempo que passa e sai carregando tudo, não tem como não apaixonar por uma grávida neurótica e um pai apavorado. Claro, com todo o charme dos romances franceses.

Think Like a Man

"Pense Como Eles"
Dir.: Tim Story
Comédia Romântica - 2012 

Mulheres falam de homens e homens falam de mulheres, sempre! Mas de formas completamente diferente, claro. Mostrando vários casais, cada um com sua história, e mulheres revolucionando o jeito de tratá-los por causa de um bendito livro "Pense Como Um Homem e Conquiste o Seu", o filme é divertidíssimo, bem levinho e engraçado cheio de verdades sobre as relações complicadas e confusas dos homens que não entendem as mulheres e vice e versa. PS.: todos os caras do filme são gaaaaaaaaaaaatos demais. haha.

Thake This Waltz
"Entre o Amor e a Paixão"
 Dir.: Sarah Poley
 Romance/Drama - 2011

Tem casal que foi feito pra dar certo. Amigos, companheiros, lindos de ver juntos. Uma crônica da intimidade e do amor que continua romântico mesmo depois do casamento. Mas a gente sempre corre da simplicidade serena e sempre aparece alguma coisa pra desviar a atenção da felicidade plena que a gente se encontra. E é nesse fogo cruzado que a linda Michelle Williams conhece um outro cara que se apaixona por ela, tão feliz e bem casada. Pra onde que corre? Pra quem é mais difícil? Entre o Amor e a Paixão, na corda bamba, pronta pra cair sabe-se lá onde. Um drama muito lindo e intenso, sobre felicidade, amor e tempo e sobre todas as coisas que a gente está sujeito mesmo quando a vida parece perfeita.

Jusqu'à toi
"Jack e Chloe - Um Amor Por Acaso"
 Dir.: Jennifer Devoldère
 Romance/Comédia - 2009

Então um cara que acaba de levar um pé da namorada ganha uma viagem romântica para Paris. O que ele faz? Vai, é claro! Mas como desgraça pouca é bobagem, assim que chega na França percebe que sua bagagem foi trocada. Do outro lado, Chloe (linda e fofamente interpretada pela Mélanie Laurent) é que fica com a bagagem de Jack, ela toda solitária e viciada em filmes, com uma dívida enorme na locadora de DVDs, fuça todos os pertences da mala que apareceu em sua casa. De uma forma muito estranha, ela começa a correr a cidade para encontrar o dono dos pertences pelos quais ela se apaixona. Estranho e bonitinho, um romance bem água com açúcar pra jogar pra longe qualquer deprê!

São esses os filminhos, então. Faz uma maratona, uma bacia de pipoca, procura um lugar confortável e cai dentro da glicose desses amorezinhos mimimi. Ah, e passa pra dizer se gostou depois!

sábado, 8 de junho de 2013

Kristen Stewart além do óbvio


Kristen Stewart em "Corações Perdidos"


Mesmo ganhando a Framboesa de Ouro do ano passado e não ser exatamente a atriz mais carismática de Hollywoody, alguns filmes independentes conseguiram arrancar a boa atriz que existe dentro da limitada cara de tédio de Kristen Stewart.

Opções mais alternativas que a caríssima saga Crepúsculo ou o criticado The Runways, exigiram muito mais de interpretação e carga dramática da atriz. E surpreendentemente tiveram retorno satisfatório.

Quando deixa a zona de conforto de mocinha-que-precisa-desesperadamente-ser-amada-e-protegida, com aquela irritante carência de expressão vista tanto em "Crepúsculo" quanto em "Branca de Neve e o
Caçador", Kristen atinge nuances de emoção muito bem exploradas pelos seus diretores.

No fofíssimo "O Lenço Amarelo (The Yellow Handkerchief, 2008)" o papel da desajustada, problemática, porém encantadora Martine lhe caiu muito bem. Pela primeira vez consegui criar empatia com algum personagem interpretado por ela, em um drama sutil em que a principal intenção é justamente essa, cativar com a estranheza de seus personagens. Em "Corações Perdidos(Welcome To The Rileys, 2011)", drama denso, complexo, lotado de carga dramática, ela cria uma sem teto e garota de programa com todos as nuances que a personagem pede, indo da rebeldia à solidão, com o tom certo, envolvendo completamente o espectador em sua história e levando até o fim a atenção no que poderia ser um filme disperso e maçante pela lentidão (proposital) com a qual os fatos são tratados. "Doces Encontros(The Cake Eaters,2009)" foi de longe o langa que mais lhe exigiu construção de personagem. Uma adolescente doente, que tem noção de que sua vida será curta e quer viver um amor antes que seja tarde, sufocada por dramas familiares. O filme é fraco, mas a atuação da Kristen é digna de nota.

Então, vale a pena desfazer o preconceito e dar uma olhada em outras produções menos comerciais de atores que ficaram marcados por grandes sucessos de bilheteria.

Fica a dica então de dois excelentes filmes com atuação impecável da odiada Kristen Stewart.


"Corações Perdidos"
Dir.: Jake Scott
Drama - 2011

O caminho de um casal que acaba de perder a filha, cruza com o de Mallory, uma adolescente sem teto que se vira como pode, se prostituindo e fazendo strip-tease em boates para ter algum dinheiro. Enxergar nessa problemática e misteriosa garota sua filha morta, vira de cabeça pra baixo a relação do casal. Muito denso, esse drama traz à tona todo o brilho do qual Stewart dispõe.











"O Lenço Amarelo"
 Dir.: Udayan Prasad
 Drama - 2008

Um carro, uma estrada, uma garota, um garoto e um ex presidiário cheio de segredos. É a massa pro delicioso bolo que vira "O Lenço Amarelo". Sem nenhuma pressa ou apelo, o filme corre o país com três pessoas que contra todas as expectativas se entendem e completam na solidão do mundo. É um filme tão "estou indo embora" que dá vontade de entrar no carro com eles. E o melhor de tudo, geralmente pessoas muito fechadas guardam histórias de amor pela metade dentro de si. Um romance lindo vai se ensaiando e sendo contado em cada quilômetro rodado. De um charme único que eu adoro!